Secrets #28 Marrocos – desde o caos de Marraquexe a uma ida ao deserto

Na última semana estive em Marrocos com 6 amigas muito especiais. É o terceiro ano consecutivo em que fazemos viagem juntas e até já definimos o destino do próximo ano. Desta vez exploramos Marrocos, desde o caos de Marraquexe a uma ida ao deserto.

O planeamento da viagem não foi fácil, tivemos algumas complicações com pagamentos e algumas faltas de resposta a pedidos. Por mais que eles estejam acostumados a lidar com os turistas, não são muito práticos em questões como reservas e pagamentos. Mas tudo se faz. Marrocos foi dos primeiros destinos a ser falados mas só no terceiro ano decidimos arriscar. Fomos a Marrocos e conhecemos desde o caos de Marraquexe a uma ida ao deserto.

Chegamos a Marraquexe no domingo às 14h00 e regressamos no sábado à mesma hora. Foram um total de 6 dias, 4 em Marraquexe e 2 dedicados ao deserto. Se voltasse não mudava nada, os mesmos locais e o mesmo plano. Foi uma viagem demasiado boa para mudar alguma coisa. Mas nem tudo foi bom…

Começando pelo início, a primeira reação não foi a melhor. Chegamos e já tínhamos o transporte à nossa espera no aeroporto pronto para nos levar ao Riad – Riad Puchka. Correu tudo lindamente. Chegamos ao aeroporto e trocamos os euros para a moeda marroquina, as malas chegaram bem, o transporte estava à nossa espera e levou-nos até ao alojamento. Foi-nos servido o típico chá de menta (mais açúcar que menta) e explicaram-nos as informações essenciais. O Riad ficava no centro mas até à Praça Jemma ainda eram uns 10 minutos a pé. O problema foi que o senhor do riad, super simpático e hospitaleiro, nos quis levar quase até à praça mas em vez de nos acalmar só nos preocupou – ou porque tínhamos de andar sempre com as mochilas à frente, ou porque tínhamos de ter atenção às ruas… e nós, sete raparigas, começamos a ver o caso mal parado.

Ficamos tensas e para além disso não estávamos a gostar do que víamos… ruas cheias, sujas, homens chatos a querer vender e quando chegamos à praça o primeiro impacto foi mau. Muito barulho, cobras, macacos, cartomantes e uma confusão de cheiros. Aí pensamos “isto é Marraquexe?” e não gostamos. Mas sabem o que tem graça? É que isso foi só a primeira reação.. no segundo dia já estávamos familiarizadas, parece que já nos conheciam, entramos no espírito, encontramos zonas com espaços e jardins lindos e ficamos, finalmente, encantadas.

Resumindo, Marraquexe é cor, cheiros, regatear nos souks, é jardins, é tajine, é especiarias, é barulho e confusão, é luz, é riads e chá de menta. 

O mais importante é explorem toda a zona da Medina e alguns jardins e restaurantes. O nosso roteiro:

  • Dia 1: Praça Jemma El Fna e Souks – a praça no centro da cidade. passagem obrigatória e património da UNESCO. Encontra-se de tudo, como já mencionei em cima… macacos, serpentes, tatuadoras, cartomantes e vendedores de tudo e mais alguma coisa. E é nesta praça que entram nos souks que também fez parte do primeiro dia. Aproveitem para ir a um rooftop tomar um café ou beber o típico sumo de laranja e apreciam o caos desta praça. O primeiro dia foi isto: a praça e começar a explorar os mercados;
  • Dia 2: Jardim Secreto – Não é dos mais conhecidos mas já estava na nossa lista. Foi uma boa surpresa. O Jardim Secreto fica dentro de uma das mais antigas riads de Marraquexe com dois pequenos jardins que acabam por um ser um sossego mesmo no centro da cidade. A entrada é paga e podem comprar bilhete só para os jardins ou para os jardins e a torre.
  • Dia 3: Deserto – Saída de Marraquexe com passagens em Alto Atlas – Ait Benhaddou – Ouarzazate – Vale do Draa e noite em Zagora
    Cruzamos o ponto mais alto de Tizi N’Tichka (a cerca de 2.260 metros de altitude) e visitamos os estúdios de cinema de Ouarzazate, que serviu de cenário para filmes como Astérix & Obélix e a série Game of Thrones. Conhecemos as montanhas do Anti Atlas e o Vale do Draa até chegar a Zagora ao fim da tarde. À chegada a zagora andamos em camelos, enquanto assistiamos ao pôr-do-sol. Fomos assim até às tendas onde ficámos a dormir.
  • Dia 4: Zagora (Deserto) – Agdz – Ouarzazate – Marraquexe
    Acordamos cedo para desfrutar de um nascer do sol espetacular, tomámos o pequeno-almoço e regressamos a Zagora. Em seguida, começamos o caminho de regresso a Marraquexe fazendo várias paragens pelo meio.
  • Dia 5: Jardins Majorell – o sítio mais bonito e colorido de Marraquexe. O jardim é cheio de cactos e bambus no meio de muita cor, lindo de ser ver, mesmo! Jardins estes que foram comprados por Yves Saint-Laurent que recuperou toda a obra e deu uma nova vida ao jardim. É graças a ele que hoje se pode passear num espaço lindo e super cuidado. Os jardins fecham às 17h30 e costuma haver fila para entrar. Ficam longe do centro mas ainda assim dá para ir a pé. Nós optámos por ir a pé e regressar de táxi.
  • Dia 6: Les Bains de Marraquexe: Marcamos massagem e banho típico na última manhã em Marraquexe. Escolhemos os Banhos de Marraquexe e marcamos tudo através do site. É importante fazer a reserva com antecedência porque estão sempre cheios mas valem mesmo a pena. Passamos lá uma manhã maravilhosa. Recomendo!

No meio disto tudo fomos sempre visitando locais que nos iam surgindo, aproveitando esplanadas e terraços para repor energias e claro, passear nos souks todos os dias e ir perdendo a cabeça por lá 🙂

Alojamento: Riad Puchka e Riad Chorfa – marcamos ambos no booking e recomendo. O Chorfa é lindo de morrer, mesmo.

A moeda: Cambiar no aeroporto é a melhor opção. Levem já euros e trocam assim que chegarem.

A internet: Fraca e em poucos locais, bom para desligar de tudo.

O deserto: Fomos até ao Zagora e marcamos aqui – recomendamos muito. Pagamos cerca de 80€ cada uma com alojamento, passeio de camelo, dormida, jantar e pequeno-almoço e transporte desde Marraquexe. Foram dois dias muito giros, onde vi o melhor céu de estrelas da minha vida. Eles são super atenciosos e falam Português.

Onde comer: Café Zeitoun – super recomendo para saírem um bocado dos sabores de Marrocos. Os sumos e batidos são maravilhosos. Fomos lá uma vez beber um sumo e na outra almoçar. Super em conta e saboroso; Terrasse des Épices – lindo à noite, música ao vivo, bom ambiente e comida boa; Le Jardin – fica dentro de um hotel muito caro mas líndissimo, os jardins à volta são maravilhosos por isso podem almoçar ou simplesmente provar umas tapas e ficar a aproveitar o espaço; Café Glacier – fica na praça Jemma e foi o primeiro local onde fomos, comemos pizza e tomamos um café enquanto apreciámos a praça; Café/Restaurante em frente à entrada no Jardim Majorelle – não me consigo lembrar do nome mas tinha umas quiches e uns sumos e batidos natuais maravilhosos – almoçamos lá e seguimos para o museu de Yves Saint-Laurent de tarde; na Riad Chorfa também se comia muito bem, acabámos por lá jantar dois noites.

As compras: Percam-se nas compras e nunca paguem aquilo que pedem. Tenham paciência para negociar e pelo menos metade do preço conseguem. No meu caso as minhas amigas escolhiam e eu ia negociar. Tenho jeito e gosto. Eles só se riam comigo, diziam que eu era dura e não cedia. E é verdade, acho que o meu segredo era conseguir os melhores preços por os levar à exaustão ahaha Comprei muito calçado, uma manta para a minha sala, bijutaria, uma carteira, especiarias, óleo de argão e mais algumas coisas. O calçado é o que mais compensa, tudo em pele e super barato. Uma perdição!

O que não perder: A noite no deserto; A praça Jemma à noite; Os Jardins de Majorelle; O banho típico e a massagem nos Bains de Marraquexe (marcar com antecedência).

Foi acima de tudo uma viagem para desligar do mundo, para aproveitar com as amigas, para abrir o coração e para ser feliz. As nossas noites não foram em bares nem discotecas mas foram acompanhadas de vinho tinto em riads lindos, com conversas incríveis.

Sete raparigas que falaram sem tabus, desabafaram, contaram segredos, falaram de medos, objetivos, sonhos por realizar. Foi uma viagem muito pessoal, sentimos que nos fez bem a todas, onde chorámos e rimos ainda e só assim fazia sentido. Estas não são minhas amigas de sempre mas são para sempre. E eu só posso agradecer por estarem na minha vida.

Agora deixo-vos algumas (das muitas) fotografias desta incrível viagem.

Praça Jemma El Fna
A apreciar o caos desta praça.
As 7. O meu número preferido. Não entra nem sai ninguém. Verdade?
As migas a curtir a vista.
A começar o segundo-dia, na riad Puchka. Aquela piscina levava sempre com os nossos pés inchados ao final de tarde. Fazíamos uma média de 12km por dia, com mais de 30 graus.
Decidimos começar o dia fora do caos da praça e foi aqui que nos começamos a apaixonar pela cidade. Saíndo da praça jemma há sítios brutais para explorar.
Café Zeitoun – Um dos meus sítios preferidos em Marraquexe, com um terraço brutal, longe da confusão e com os sumos e batidos melhores de sempre. Fomos lá duas vezes e adorámos.
O terraço onde se passam duas horas tranquilamente.
Fomos conhecer o Le Jardin do Hotel Rayal Mansour. Um hotel de luxo mesmo no centro e com um restaurante e uma envolvente brutal. Estivemos lá horas a explorar e a aproveitar. Comemos umas tapas incríveis também. É caro!
O almoço.
As portas em Marraquexe são qualquer coisa, cada uma mais bonita que a outra.
E isto ainda faz parte do jardim do hotel. Vale mesmo a pena ir conhecer.
De tarde seguimos para o jardim secreto. Pequeno mas encantador.
O Jardim Secreto.
O Terrasse des Épices, onde jantamos no segundo-dia.
Bebi um mojito de frutos vermelhos delicioso.
E comi o tão famoso Tajine de vegetais que uns dias depois já não podia ver mais Tajine à frente ahaha. Há em todo lado.
E no terceiro dia começamos a nossa viagem até ao deserto.
Ao longo da viagem a paisagem mudava e ficava cada vez menos verde e mais laranja.
Parámos aqui, onde se vê o coração natural de Marrocos. Entre a paisagem parece que se criou uma imagem natural que parece um coração.
E chegámos ao deserto Zagora.
Das melhores experiências. Assistir ao pôr do sol enquanto andávamos de camelo e ríamos muito.
Quando não aguento os disparates que as minhas amigas dizem.
Incrível. Nada à volta. Só nós.
O fim da viagem e a chegada às tendas.
Sem filtros.
O restaurante no deserto. Depois disto houve festa e fogueira. E apreciar as estrelas. Nunca vimos um céu tão bonito como no deserto.
O amanhecer. Acordámos às 07h00 para assistir a um lindo amanhecer no silêncio no deserto.
As 7, felizes.
Hora de despedir desta paz e de voltar ao caos de Marraquexe.
Este é o maior Oásis de Marrocos e infelizmente na imagem não dá para perceber a dimensão.
E depois de uma longa viagem chegámos à Riad Chorfa. A mais linda. Recomendo muito lá ficarem. Nós adoramos todos os pormenores.
O merecido descanso no pôr-do-sol.
Este foi o spot do nosso jantar, no terraço da Riad. Ficamos por ali horas à conversa.
As 7, again. Exaustas depois de uma viagem longa e uma noite mal dormida.
O quinto dia. O Jardin Majorelle. E as 7.
A deixar a nossa marca.
Este azul é a verdadeira cor de Marraquexe.
Impossível descrever a beleza em fotografias.
Na esplanada do jardim.

O Jardim e os seus pormenores.
Apetecia fotografar em todo o lado.
Depois andámos horas nas compras, a regatear tudo.
Sapatos, malas, lenços, bijuteria, há de tudo.
E depois voltámos à riad para usufruir e descansar.
Não é lindo?
No último dia no centro da cidade tirámos a manhã para relaxar. Marcamos um banho e uma massagem para cada uma e ficamos por lá a relaxar toda a manhã. Não dava para tirar fotos lá dentro mas recomendamos muito!
Foi uma viagem maravilhosa e que nos fez gostar ainda mais umas das outras. Miss you my girls!

Muitas mais fotografias havia para pôr… mas acho que já ficam com a ideia do que foi esta viagem 🙂 Para o ano há mais!

 

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