Desafio #2 Eu corri os 15km da EDP Family Race
Eu corri os 15km da EDP Family Race. Corri do principio ao fim feliz, com energia, sorridente e a pensar que quero inscrever-me já na próxima corrida porque foi uma sensação INCRÍVEL!
Já está, já foram os primeiros 15km da minha vida, a minha primeira dorsal e a minha primeira MEDALHA! Ainda sinto imensa emoção quando falo disto, quando penso nisto, quando penso em todos os momentos que passei ontem e antes até chegar à meta.
Para muitos correr 15km não é nada (os maratonistas correm 42,195m e para eles isto é peanuts) mas também há muito boa gente que nunca correu sequer 5km. Eu sempre achei que não gostava de correr mas desde que me pus em corridas curtas outdoor comecei a achar piada e agora sou uma fã assumida da corrida.
Mas como foi esta experiência? Aiii eu quero dizer tanta coisa que nem sei por onde começar…
Bem, no sábado de tarde, depois do workshop (que venho cá falar-vos amanhã) fui com a minha amiga e companheira das corridas à Alfandega levantar a minha (primeira!) DORSAL. 10398, não vou esquecer este número nunca. Tivemos sorte e no momento em que chegamos a Isabel Silva (aquela inspiração maravilhosa) estava a dar uma espécie de palestra, em conjunto com o João Montez (que se ia estrear nas maratonas) onde falaram de motivações, alimentação, preparação para a prova, etc.
Tão bom ouvi-los falar, todos temos medos, todos temos motivações mas acima de tudo todos acreditamos que correr nos faz bem e nos transmite felicidade!
Ouvi-los fez-me bem, conhecer a Belinha no fim também me deixou feliz mas os nervos… aiii os nervos. É que eu nunca tinha corrido mais de 12km (e não foram assim tantas vezes) por isso não sabia exatamente onde me estava a meter. Mas sabia que faço desporto quase diariamente, alimento-me muito bem, sou focada e achava que estes três fatores seriam suficientes para cortar a meta… e foram!
No sábado cheguei a casa cansada, workshop de manhã, feira de tarde, sempre a correr… fiz um bom jantar (essencial para termos reservas no organismo para o dia seguinte) rico em bons hidratos de carbono. Optei por uma batata doce roxa assada, com salada de espinafres e ovo (para mim funciona bem mas cada um adapta-se àquilo que mais encaixa na sua alimentação). Ainda pensei em comer mais qualquer coisa mas tinha comido uma banana e meia kookie cat às 18h30 por isso achei que não precisava.
Jantei e fiquei mais nervosa… faltavam menos de 12h… o friozinho na barriga a aumentar. Bateram as 22h e eu disse ao meu namorado que me ia deitar, descansar, ter a certeza que dormi e repousei para estar com a pica toda no dia seguinte, até porque o despertador tocava bem cedo.
06h50, tocou. 06h55 estava a levantar-me. Sentia-me bem, com energia. Fiz o pequeno almoço que nas corridas me fez sentir melhor, com mais energia, durante mais tempo: 1 panqueca de banana (1/2 banana na massa, 2 colheres de sopa de aveia, 1 colher de sobremesa de linhaça e um ovo) com topping de framboesas e a outra metade da banana.
07h15 estava eu a comer a minha panqueca, com muita calma, mastigar bem, ver os stories dos outros corredores e começar a ficar mais preparada.
08h00 saio de casa, vou buscar a amiga e vamos embora.
08h20 estacionamos, fomos deixar as mochilas, colocar a dorsal e deslocar para a partida. Aí sim, a barriga começou mesmo a reagir, era muita ansiedade. Eram mais de 15000 pessoas a correr. De todas as nacionalidades. De todas as idades. Que espírito!
E às 09h00 começou, começou uma das melhores 1h30 da minha vida. O tempo estava incrível, sol, calor (podia estar mais fresco) e em algumas zonas algum vento mas aguentava-se.
Comecei, o meu objetivo era não me entusiasmar com o espírito e os outros corredores nos primeiros km, queria ir ao meu ritmo, queria respeitar o meu corpo. Combinei com a minha amiga irmos juntas e ainda fomos nos primeiros 3km mas ela estava com o ritmo abaixo do meu e nestas coisas temos de primeiro ouvir o nosso corpo. Se pedia para ir mais rápido eu tinha que ir. E a partir do 3km foi assim. Fui eu e mais 15000 pessoas a correr, felizes, em festa e acima de tudo a praticar algo que nos dá saúde.
Fiz os primeiros 5km e abasteci. Dei um gole na água, outro só bebi para refresco e mandei fora. Refresquei a cara e os braços (tudo isto sempre a correr) e continuei mais 5km. No km 10 mais abastecimento. Repeti o que fiz no km 5. Refresquei e continuei. Sentia-me bem, ia falando com os parceiros, motivando e seguindo para o objetivo.
Ao km 11 assustei-me, uma súbita dor de burro (porque me entusiasmei com os cartazes e o apoio e falhei a respiração) e eu pensei “estava tão bem, isto não me pode deitar abaixo”. Concentrei-me, voltei a entrar na respiração certa e quando passei o km 12 já estava outra vez perfeita. E a partir daí pensei “este é que é o desafio, a partir daqui é que é novo” e continuei, FELIZ.
Admito que a última subida na avenida da boavista custou um bocadinho, parecia que nunca mais virava… mas virou. Continuei e vi ao longe a Carina, a minha amiga (a subir essa tal subida mais chata…) e gritei por ela “Força, está quase!” e continuei, a pensar que estava a terminar aquele desafio e que eu ia chegar à meta feliz, como sempre quis.
Ao km 14 emocionei-me. Tinha um casal ao meu lado, uma senhora exausta, quase quase a desistir. E faltavam 900m. Já viram o que é desistir quase na meta?? Não! E disse-lhe “não desista agora, estamos quase, eu também estou cansada mas agora ninguém desiste”.
No meio disso olhei para o meu relógio que marcava “01:24:55” e pensei “tens menos de 5min para fazer o último km e tens de fazer”. O meu primeiro objetivo era acabar feliz, o segundo era abaixo de 1h30. E assim foi, cortei a meta com 01:28:42. E a felicidade que senti naquele momento? Estava feito! Estava bem feito! Foi incrível. Receber a medalha deixou-me de lágrimas… fogo… como este esforço nos pode fazer tão bem?
Terminei a prova com uma certeza: para o ano será a meia maratona, os 21.195km.
Obrigada a todos que me proporcionaram uma manhã de domingo especial. Obrigada às minhas amigas que me mandaram mensagens de sorte, me deram os parabéns no fim e viveram comigo um bocadinho do que é esta minha paixão. Obrigada seguidoras que também me entusiasmaram e motivaram. Estou mesmo feliz (e a pensar na próxima!).
P.S. Depois de acalmar, ver a minha amiga a chegar (que também chegou feliz!) fomos apoiar a Isabel Silva. Ao km 41 lá ia ela a dar tudo, na bulina, gritamos por ela e vimos a felicidade dela ao terminar a prova. Ainda houve foto e beijinho no fim.
Ficam algumas fotos:
As corridas unem as pessoas, são feitas de sentimento e alegria e para mim isto é que é viver feliz!